Turquia exige que o Facebook bloqueie páginas que insultem Maomé
Caro leitor, essa Turquia é complicada, hein. Mais um caso desse país intercedendo no direito de livre expressão. Dessa vez, a Turquia recorreu ao Facebook para que as páginas que insultem Maomé, profeta fundador do islamismo, sejam removidas. Esse é mais um caso envolvendo essa nação: no ano passado, por exemplo, tanto o Twitter como o Youtube foram bloqueados por lá, por causa dos questionamentos contra o regime instalado no país. E não podemos nos esquecer do caso envolvendo o "sequestro" do DNS do Google por parte da Turquia, ocasião em que o gigante das buscas relatou que o seu serviço de Domain Name System (DNS) foi interceptado pela maioria dos ISPs Turcos, para impedir que os utilizadores contornassem as medidas de censura por parte do governo.
A bola da vez é o Facebook. O tribunal turco pediu (entenda pediu como obrigou) que a rede social retire as páginas com insultos ao profeta, e ainda ameaçou impedir o acesso total à rede social caso o pedido não seja atendido. Com certeza todo esse rebuliço é devido às situações estressantes que vem ocorrendo nas últimas semanas devido a última edição da revista Charlie Hebdo, que ocasionou tumultos em muitos países muçulmanos, gerando indignação em muitas comunidades dessa religião.
O Facebook, por meio do seu CEO, Mark Zuckerberg, disse que a sua empresa não vai censurar qualquer conteúdo relacionado com o tema Charlie Hebdo e acrescentou que jamais permitiria que um país ou grupo ditasse as regras do que as pessoas podem ou não postar.
Esse discurso de Zuckerberg já vem gerando grande repercussão. O Tsering Woser, um dos maiores ativistas tibetanos, se pronunciou através da sua própria página no Facebook sobre a postura do CEO da empresa. De acordo com Woser, Zuckerberg não pode descrito como um herói que morreria pela defesa da liberdade de expressão. Ele acredita que a censura aplicada na rede social é dosada de acordo com os interesses da empresa. Na China, por exemplo, as medidas a favor da censura são aplicadas, graças ao mercado chinês ser extremamente valioso para o Facebook. E ainda disse que o jovem CEO tem medo do Partido Comunista Chinês.
"Se você não tem medo de morrer pela liberdade de expressão não deve ter medo do PCC (Partido Comunista Chinês) para ganhar mais dinheiro na China", concluiu Woser.
Vamos aguardar e ver se o Facebook irá se manter firme em suas posições ou ceder a pressão da Turquia.
Fonte(s): The Verge, El Comercio